A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou, no dia 26 de julho, estudo sobre o desempenho econômico do mercado no segundo trimestre de 2021. Os dados apontam para crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2021, retornando ao patamar previsto no início do ano. Se confirmado, será o maior aumento desde 2013.
Em março, a CBIC tinha reduzido a projeção para 2,5% em função dos desafios decorrentes da pandemia da Covid-19 e continuidade dos aumentos nos custos dos materiais — esquadrias de alumínio, por exemplo, tiveram aumento de 35,21% nos últimos 12 meses (veja mais abaixo).
No entanto, o incremento do financiamento imobiliário, as taxas de juros baixas, a melhora do ambiente econômico, a demanda consistente – mesmo diante da crise de saúde – e a continuidade de pequenas obras e reformas foram algumas razões que justificaram a nova expectativa.
Em junho, segundo a Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o apoio da CBIC, o nível de atividade do setor atingiu 51 pontos. Foi o melhor desempenho desde setembro do ano passado e o melhor mês de junho desde 2011.
Para José Carlos Martins, presidente da CBIC, apesar dos resultados positivos, a construção está crescendo bem abaixo da capacidade.
“A construção é como uma Ferrari com freio de mão puxado. Poderia ser um ano histórico em termos de crescimento e contratação de trabalhadores. Mas alguns fatores, como o aumento dos insumos, criaram temor nos empresários e não estamos com a atividade que poderíamos estar”, afirma o dirigente.
Principais desafios
A falta e o alto custo de matéria-prima continuam sendo os principais problemas enfrentados pelos empresários da construção pelo quarto trimestre consecutivo, alcançando 55,5% dos pesquisados na sondagem.
A carga tributária elevada foi apontada como o segundo principal problema do segundo trimestre de 2021. Na comparação com o trimestre passado, esse foi o item com maior crescimento nas assinalações, passando de 24,7% para 31,5%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumulou, nos últimos 12 meses encerrados em junho, alta de 17,36%. Esse resultado é justificado pelo incremento expressivo no custo com materiais e equipamentos, o qual no mesmo período registrou alta de 34,09%. Trata-se de um recorde histórico para o período desde que a série começou a ser divulgada pela FGV, em 1996.
Vale destacar que, nos últimos 12 meses até junho de 2021, os itens que mais subiram de preço foram:
- Tubos e conexões de ferro e aço: alta de 91,66%
- Vergalhões e arames de aço ao carbono: 78,35%
- Condutores elétricos: 76,19%
- Tubos e conexões de PVC: 64,91%
- Eletroduto de PVC: 52,06%
- Esquadrias de alumínio: 35,21%
- Tijolo e telha cerâmica: 33,82%
- Compensados: 30,47%
- Cimento Portland comum: 27,62%
- Produtos de fibrocimento: 26,96