Primeira palestrante do 8º Congresso Internacional do Alumínio, a consultora do Metal Bulletin, Kirstine Veitch, destacou o crescimento acelerado da China na produção de alumínio – que rapidamente assumiu a liderança mundial – e como isso reflete nos negócios mundiais. “Nos últimos oito anos, o país gerou metade que os demais produtores do planeta, provocando um superávit de cerca de 10 milhões de toneladas”, afirmou.
O excesso de produção chinês, no entanto, fez o preço do metal cair em torno de 400 dólares por tonelada, segundo ela, e o país passou a vendê-lo a preços muito mais baixos que os praticados pelo mercado internacional, na tentativa de se livrar do seu excedente (dumping). Em março, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, acusou a China de praticar concorrência desleal no ramo.
Kirstine também comentou que a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos nos últimos meses, consideradas as maiores economias no mundo, geram um cenário de incerteza no mercado de alumínio. Em julho, o governo americano impôs uma sobretaxa em diversos produtos de importação, dentre eles o aço e o alumínio, com o intuito de reduzir em US$ 100 bilhões o déficit de sua balança comercial, e a China vem retaliando na mesma moeda, ao sobretaxar mercadorias de exportação americana. O imbróglio tem provocado uma desigualdade na balança comercial entre os dois países, e tem sido refletido também em outras nações.