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Práticas ESG fazem parte da rotina de empresas do setor do alumínio

Companhias não medem esforços para garantir a sustentabilidade dos negócios

Um dos assuntos mais relevantes no mundo corporativo atualmente, o ESG — sigla em inglês para Environmental, Social and Governance — trouxe para as empresas a preocupação e os desafios impostos pelas práticas ambientais, sociais e de governança.  

O termo surgiu pela primeira vez em 2005 no relatório Who Cares Wins (em português, ‘Ganha quem se importa’), elaborado pelo Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas e instituições financeiras.

Desde então, as práticas alinhadas ao conceito tornaram-se fundamentais para a análise de riscos por parte dos investidores. Empresas de vários setores, incluindo as integrantes da cadeia produtiva do alumínio, têm buscado estabelecer a sustentabilidade com retornos positivos para os negócios, meio ambiente e sociedade.

O que é o ESG na prática?
Julio Batista, sócio da Guerra Batista Advogados, consultoria corporativa que atua com organizações nacionais e internacionais, explica que antes se falava em sustentabilidade, mas com foco na proteção ambiental. Porém, isso mudou.

“Para ter um selo de boas práticas ESG, uma empresa precisa investir em vários segmentos de forma organizada, ter um profissional dedicado ao tema e proporcionar uma boa ‘consciência’ para todos os envolvidos”, justifica o advogado.

Segundo o consultor, a letra ‘E’ do termo é a que conecta as companhias aos fatores ambientais e ao comportamento consciente em relação a gestão dos resíduos, uso de energia renovável, controle das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), entre outros.

Já o ‘S’ envolve está relacionado aos profissionais, com engajamento para que todos estejam alinhados com o mesmo propósito. Nesse contexto estão as iniciativas relacionadas, por exemplo, à diversidade e inclusão, direitos humanos, saúde e segurança do trabalho.

“Na indústria em geral, o principal ativo não é o produto. Se o profissional não estiver engajado, a produção pode sofrer vários problemas.”

O ‘G’ corresponde à governança corporativa, área em que é necessário criar políticas e estrutura de trabalho séria, ética e transparente, com acompanhamento dos indicadores de compliance.

“A empresa precisa formar um time em que todos tenham efetiva clareza da comunicação (conselho administrativo, lideranças, acionistas, funcionários, incluindo terceiros) e conhecimento do planejamento estratégico.”

Como a indústria do alumínio adota o ESG?
Na cadeia produtiva do alumínio, as empresas não medem esforços para melhorar a governança corporativa, preservar o meio ambiente e apoiar os colaboradores e as comunidades do entorno das operações, principalmente em tempos de pandemia da Covid-19.

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), por exemplo, possui a Estratégia ESG apoiada em 10 alavancas de sustentabilidade, a partir de programas e objetivos a serem alcançados até 2030.

Na área ambiental, a empresa trabalha com ênfase na gestão de mudanças climáticas, circularidade do alumínio com a reciclagem, conservação da biodiversidade e de recursos naturais, além da gestão segura de barragens.

Na fábrica localizada em Alumínio (SP), a empresa deixou de operar caldeiras movidas a óleo ou a gás natural e instalou uma Unidade de Produção de Vapor (UPV), alimentada por cavacos de madeira de eucalipto obtidos de áreas de reflorestamento.

Trata-se de uma das primeiras refinarias de óxido de alumínio no mundo a utilizar 100% de vapor obtido de biomassa. O resultado é a redução de 43% na intensidade das emissões específicas de GEE nessa etapa da produção em 2020, em relação ao ano anterior.

A empresa visa deixar uma herança social nos territórios em que atua, principalmente nas áreas de saúde e educação, além de apoio à gestão pública. Isso inclui o desenvolvimento da cultura da diversidade, equidade e inclusão e o compromisso com a saúde e segurança.

A CBA também segue elevados padrões de governança corporativa e práticas a favor dos direitos humanos e contra a corrupção para garantir a sustentabilidade das operações e a rentabilidade dos negócios. Possui ainda um programa de suprimentos sustentável, cujo objetivo é engajar os fornecedores nas práticas ESG.

Em 2019, a companhia recebeu a certificação ASI (Aluminium Stewardship Initiative), que assegura a produção de alumínio em conformidade e respeito às melhores práticas sociais, ambientais e de governança globais em todo o ciclo de vida.

Negócio circular

“Todos os projetos que a Novelis pensa e realiza estão alinhados com as práticas da agenda ESG, já que a própria base de negócios da empresa, a economia circular, é uma importante aliada na busca por um mundo mais sustentável e equilibrado”, destaca Eunice Lima, diretora de Comunicação e Relações Governamentais da companhia.

Segundo a diretora, a ideia é depender menos de matéria-prima primária, priorizando recursos duráveis, recicláveis e renováveis. E a reciclagem também tem um papel social importante, haja vista que milhares de pessoas pelo Brasil vivem dos ganhos dessa prática.

A Novelis América do Sul busca se tornar neutra em emissões de carbono até 2050, iniciando pela redução da pegada de CO2 em 30% até 2026.

“Ser uma empresa neutra em carbono até 2050 nos coloca entre as companhias líderes no movimento de combate às mudanças climáticas. Desejamos nos tornar um fornecedor mundial de soluções sustentáveis em alumínio de baixo carbono, auxiliando o avanço do nosso negócio, da indústria e da sociedade em direção aos benefícios da economia circular”, reforça Eunice.

A Novelis também está comprometida em ter 30% de representação de mulheres em cargos de liderança até 2024. Para atingir os objetivos, criou um Conselho Global de Diversidade e Inclusão.

Com programas de envolvimento comunitário estabelecidos, a empresa tem se comprometido a avançar nos esforços de responsabilidade social corporativa.

Ações sustentáveis na Amazônia
A multinacional norueguesa Hydro formou recentemente uma diretoria de ESG. Atualmente, a maior parte dos ativos da empresa no país, operações e funcionários está localizada no estado do Pará, na região amazônica.

“Não podemos subestimar os desafios de produzir bauxita, alumina e alumínio em uma área tão significativa. Por isso, estabelecemos padrões rígidos de controle e monitoramento ambiental, além de um processo estruturado e abrangente de engajamento com as comunidades vizinhas”, informa a Hydro. 

A empresa tem a ambição global de reduzir as emissões de CO2 em 10%, até 2025, e 30%, até 2030, e alcançar zero emissão de carbono até 2050.

A estratégia inclui ter uma matriz energética mais verde na refinaria Alunorte, com um projeto que visa substituir óleo combustível por gás natural. Uma nova caldeira elétrica, com tecnologia mais moderna e maior capacidade, entrou em operação, a partir do investimento de cerca de R$ 42 milhões.

Além da meta de reabilitação de áreas mineradas 1:1, a Hydro definiu o objetivo de não atingir nenhuma perda de biodiversidade para todos os novos projetos. Para cumprir essa meta, conta com o apoio do Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil – Noruega (BRC, na sigla em inglês).

A companhia ainda tem uma meta para maior utilização do resíduo de bauxita e redução do depósito em aterro até 2030. A Hydro também quer eliminar a deposição em aterro de todos os outros resíduos recuperáveis até 2040 e a necessidade de novas áreas para armazenamento permanente de resíduos de bauxita até 2050.

Em 2021, a Hydro e o Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH) investiram mais de R$ 18 milhões em 25 projetos sociais e iniciativas de engajamento, beneficiando mais de 80 mil pessoas em comunidades de sete municípios onde opera no Pará: Barcarena, Abaetetuba, Moju, Acará, Tomé-Açu, Ipixuna do Pará e Paragominas.

Atuação ética, responsável e sustentável
Para o Grupo Alubar, fabricante de cabos elétricos e vergalhões de alumínio, as práticas ESG são importantes para a evolução do negócio, com implementação contínua de soluções inovadoras e sustentáveis, que promovem ações junto aos colaboradores e ao meio ambiente, na melhoria da governança corporativa e na relação com as comunidades.

“Entendemos que o crescimento a longo prazo da empresa está alinhado com a atuação ética, responsável e sustentável, e que as boas práticas de ESG nos ajudarão nesse processo e na relação com os stakeholders”, reforça Maurício Gouvêa, diretor-executivo da Alubar.

Segundo o Gouvêa, a companhia busca mapear de forma mais assertiva sua atuação olhando para o processo de ESG, a fim de alinhar e engajar suas lideranças.

“Entendemos que esse é um processo em movimento e que todos podem contribuir e se engajar para que o resultado seja positivo.”

Foto de abertura: thodonal.stock.com.br

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