O estudo The Coming Wave of Aluminum Sheet Scrap in the United States, da Universidade de Michigan, aponta que a sucata secundária do alumínio automotivo atingirá o seu pico na próxima década nos Estados Unidos. Isso ocorrerá quando os primeiros modelos com alto conteúdo de alumínio – principalmente chapas de carroceria – e produção em grande escala chegarão ao final de seu ciclo de vida.
A 13ª geração do Ford F-150, lançado em 2014, foi o primeiro veículo produzido em massa a adotar carroceria integral de alumínio — seguida nos anos seguintes pelo Ford Super Duty, Ford Expedition e Lincoln Navigator. Atualmente, esses quatro modelos respondem por 61% do consumo das chapas de alumínio automotivo da frota produzida pela indústria norte-americana.
A pesquisa, conduzida pela Universidade de Michigan em parceria com a Ford e a Light Metals Consultants, ressalta que, quando esses modelos começarem a chegar ao final do seu ciclo de vida e forem enviados para a reciclagem, virão à tona outros benefícios — econômicos e ambientais — proporcionados pelo alumínio.
Isso porque o metal, infinitamente reciclável, consome apenas 5% da energia que seria necessária para a produção da mesma quantidade de alumínio primário. Além da redução de custos, também haverá queda nas emissões de gases do efeito estufa na mesma proporção, o que ajudará os fabricantes de automóveis a reduzir suas pegadas de carbono.
A previsão é de que, em 2035, a sucata das chapas de alumínio automotivo chegue a 125 kg/t/ano, devendo chegar a 246 em 2050. Dessa forma, o alumínio reciclado atenderá cerca de 45% da demanda da indústria automobilística norte-americana, alcançando 80% em 2050.
Além disso, inúmeros estudos independentes confirmam que, em todo o ciclo de vida, o alumínio oferece menor pegada de carbono em comparação ao aço.
“Pesquisas como essa são a chave para entender como o processo de descarbonização na fabricação de automóveis, com o uso de materiais sustentáveis como o alumínio, resulta em dividendos econômicos e ambientais quando os veículos chegam ao seu final de ciclo de vida”, ressalta Marshall Wang, especialista-sênior de Sustentabilidade da Aluminum Association.
O aumento esperado da quantidade de sucata de alumínio para processamento também representa grande oportunidade para os recicladores. Eles poderão entrar em um mercado de maior valor agregado, comercializando produtos de alumínio transformados mecanicamente, ao invés de apenas ligas fundidas.