Existem indícios de que a China esteja tomando medidas para controlar a produção de alumínio, a fim de cumprir a meta de neutralidade de carbono até 2060. E isso pode alterar o cenário de longo prazo no setor, revela Roy Harvey, CEO da Alcoa Corporation, em entrevista à agência de notícias Bloomberg.
O governo chinês deve conter as empresas que dependem da energia gerada a partir do carvão. E há a expectativa de que uma fiscalização mais firme possa encerrar a expansão de décadas que tornou o país asiático o maior produtor global de alumínio, deslocando os principais players no âmbito internacional.
Em 2005, a China representava 24% de todo o metal primário produzido globalmente. Em 2019, saltou para 54%. No mesmo ano, respondeu por 77% da importação de bauxita, muito acima dos Estados Unidos, que ocuparam o 2º lugar, com apenas 4%.
“Do lado da oferta, o que é realmente importante é que a China começou a fazer cumprir suas leis e não está emitindo licenças de operação”, diz o CEO da Alcoa.
Harvey ainda observa forte recuperação da demanda na China e no resto do mundo. Esse fator, combinado com o fato de o país levar a sério sua pegada de carbono e metas ambientais, torna-o “muito otimista” em relação ao mercado.
“Vemos muito mais disciplina e previsibilidade em como esse fornecimento será feito. Os chineses estão administrando a economia para serem mais eficientes em termos de energia e estarem focados em eliminar o carbono. O processo levará muitos anos, mas começaram a colocar em prática agora”, conclui o executivo.