Mais uma vez

Em 2014, foram reciclados 2,6 milhões de latas de alumínio por hora no Brasil, totalizando 22,9 bilhões de embalagens. O número pode assustar algum desavisado, mas para o setor já é tradição. Desde 2001 como líder mundial, o país atingiu no último ano 98,4% de latas recicladas – com crescimento de 12,5% no volume reciclado em comparação com o ano anterior. O anúncio do índice foi feito pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) e Associação Brasileira do Alumínio (Abal) durante o primeiro Tour da Lata de Alumínio, realizado em novembro, em Pindamonhangaba (SP).

A presstrip promovida pela Abal, contou com a presença de 22 jornalistas de 14 veículos, e tinha como intuito apresentar todas as etapas da reciclagem da lata de alumínio, passando pela visita a uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis até chegar ao passo final, nas indústrias que dão uma nova vida à latinha, reinserindo-a no mercado consumidor.

Liderança

Os resultados expressivos do setor confirmam mais uma vez a solidez instalada dentro do segmento. “Isto demonstra a maturidade e estruturação do mercado de reciclagem brasileiro. Cada vez mais representativo para a indústria, sociedade e meio ambiente”, afirmou o coordenador do Comitê de Mercado de Reciclagem da Abal, Mario Fernandez, em referência ao anúncio do índice.

No ano passado, a economia observou a entrada de R$ 845 milhões advindos da coleta de latas no país, o que não apenas agrega valor ao mercado, como também faz sua parte junto ao setor energético nacional: economia de 4.250 GWh/ano, o equivalente ao consumo residencial anual de mais de seis milhões de pessoas em dois milhões de residências.

De acordo com Renault Castro, presidente executivo da Abralatas, os números positivos provam que o modelo serve de exemplo para uma economia de baixo carbono, com geração simultânea de emprego e renda – objetivo almejado para a COP-21, que aconteceu em Paris no final de novembro.

Ciclo

À primeira vista, a reciclabilidade da lata de alumínio parece apenas mais um dos sinônimos do ecologicamente correto, porém as vantagens vão muito além do que a possibilidade de devolver um produto novo ao mercado.

Mostrar justamente esses benefícios que envolvem o ciclo de vida de uma lata de alumínio para bebidas foi o objetivo do estudo inédito feito pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), a pedido da Abal e da Abralatas. Para alcançar os resultados, foram feitas análises detalhadas do circuito que a embalagem percorre, como a extração da bauxita, a produção do alumínio primário e das chapas, a fabricação da lata e seu retorno, trinta dias depois, após a reciclagem.

Com essas informações, o Cetea chegou a três cenários para a produção de latas e tampas de alumínio: utilizando apenas metal primário (0% reciclagem); produção com 50% de metal primário e 50% de metal reciclado; e produção com 2% de metal primário e 98% de reciclado (número referente ao índice de 2014) – considerando-se que o total reciclado substitui o volume equivalente de alumínio primário.

O estudo mostra que a produção de umanova lata a partir de 98% de alumínio reciclado reduz em 70% as emissões de CO2 e 71% do consumo de energia, além de outras vantagens como redução da utilização de recursos naturais e de água. Os números encontrados pela pesquisa não deixam dúvida: quanto mais alumínio reciclado é utilizado em uma embalagem, maior é a redução do impacto ambiental. E serão fundamentais para a rotulagem ambiental, em processo de implementação pelo Inmetro. Assim, o consumidor poderá fazer uma escolha consciente do produto adquirido e contribuir com a sociedade.

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