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Indústria do alumínio investe em ações de conservação e preservação da água

Essencial para as operações, recurso natural é gerido sob a óptica da sustentabilidade

O Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, foi recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, também conhecida como Eco-92.

O objetivo é aumentar a consciência pública sobre a importância desse líquido, sua conservação, preservação e proteção, abordando a cada ano um tema relacionado ao recurso natural. Em 2022, a data traz para o debate: “Águas subterrâneas: tornando o invisível visível”.

Conversamos com empresas da cadeia produtiva do alumínio para entender como o setor tem gerido os recursos hídricos nas operações. As ações incluem desde o reaproveitamento, recuperação da água da chuva e redução do consumo até o tratamento de efluentes.

Meta de redução de consumo
Na Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a água é utilizada no tratamento inicial da bauxita, refinaria de alumina, tratamento de gases na eletrólise e em processos como resfriamento e umectação de vias, que ocorre na mineração. 

A empresa possui diretrizes internas para a gestão responsável da água e dos efluentes. Além disso, a CBA tem o objetivo de reduzir o consumo específico de água nova em 20% até 2030, em comparação ao ano base de 2019.

Por meio do Programa de Educação Ambiental da CBA, escolas e comunidades do entorno das operações de todas as unidades também recebem informações sobre o tema, para dialogar e contribuir com a preservação do recurso natural.

Na unidade de Miraí (MG), por exemplo, já foram executados projetos de preservação de nascentes em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e produtores rurais.

Na mesma linha de atuação, a Novelis tem o compromisso de reduzir a intensidade do uso de água nas operações em 10% até 2026.


O recurso é fundamental para a produção do alumínio, sendo usado na grande maioria dos processos produtivos”, afirma Viviane Alves, engenheira da Novelis na área de Environmental Protection, Health Management e  Safety (EHS), em português Proteção Ambiental, Gestão da Saúde e Segurança.

Na refusão, o alumínio líquido entra em contato com a água para resfriamento, solidificando o metal no formato de placas. Na laminação, a água é usada na produção de emulsão aplicada nas chapas e bobinas. O líquido também está presente em etapas produtivas que envolvem limpeza e atividades de apoio, como gestão de torres de resfriamento.

A Novelis possui três fontes de captação — superficial, subterrânea e da rede pública — além de estações de tratamento visando a garantir a qualidade da água de processo e tratamento de efluentes dentro da fábrica, para que o descarte seja feito de forma responsável.

Reaproveitamento
A gestão hídrica sustentável é parte integrante e importante das operações da multinacional norueguesa Hydro, da extração da bauxita em Paragominas, no Pará, à produção de soluções em extrusão, em São Paulo e Santa Catarina.

Em 2021, o nível de reaproveitamento de água da Hydro Paragominas foi acima de 80% pelo segundo ano seguido. O índice tem sido alcançado em função de um rígido controle operacional e melhorias no gerenciamento hídrico dos sistemas de abastecimento.

A companhia tem realizado melhorias em sistemas de recebimento, bombeamento e tratamento de água. Uma nova unidade de Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (Etei) passou a funcionar, em 2020, na refinaria Alunorte, em Barcarena (PA).

Na planta de extrusão em Itu (SP), reutiliza-se a água do Quench, unidade de resfriamento de perfis de alumínio. A economia de água foi de 2 mil litros por semana, o equivalente a 96 mil litros por ano. 

Já na unidade de extrusão, em Tubarão (SC), a empresa possui um parque ecológico com cerca de 85% de floresta nativa em 25 ha de área de preservação ambiental. O objetivo é a conservação de áreas naturais e a preservação da biodiversidade, incluindo a água.

Otimização de processos
A Mineração Rio do Norte (MRN) utiliza a água em etapas do processo produtivo, nos circuitos das britagens, circuitos de carregamento, viradores e embarque de vagões. Na etapa de beneficiamento da bauxita, 85% da água é reutilizada no processo de secagem e lavagem do minério.

No porto e na mina, a água bruta, captada do rio Trombetas e de igarapés, é tratada em estações e direcionada ao consumo humano. Nas áreas de lavra, o principal uso é na umectação de vias. A MRN segue a legislação ambiental vigente, com todas as autorizações necessárias para a captação de águas.

Ao longo dos anos, a companhia vem desenvolvendo trabalhos para minimizar a utilização de água nova. Entre elas, estão a construção de uma torre para resfriamento dos motores da usina de geração de energia, o que representa uma redução de 70% no consumo, e a criação de um reservatório para estoque de água de reutilização.

A MRN também trabalha para otimizar os seus processos para a gestão do uso da água de forma consciente e sustentável. Para isso, investe em pesquisa e estudos para a montagem de um plano diretor de gestão de águas, um projeto de automação dos lagos de recirculação, assim como na aquisição de novas estações de monitoramento pluviométrico para as áreas de barragens.

Torres de resfriamento
Na Alubar, como os processos de laminação de vergalhões de alumínio, a trefilação e a extrusão de cabos elétricos emitem muito calor, as máquinas contam com torres de resfriamento que utilizam água para controlar a temperatura nos equipamentos e do ambiente.

“Entendemos que o bom uso dos recursos hídricos é importante não apenas para o desenvolvimento das atividades fabris, mas também para a manutenção da biodiversidade em todos os locais em que estamos instalados”, explica Thiago Alves Ferreira, gerente de Controle de Qualidade e Meio Ambiente da companhia.

Segundo o executivo, a água que circula em um processo é reutilizada várias vezes. Além disso, o recurso natural é usado para consumo humano, higiene e limpeza na empresa. A área de Meio Ambiente e Qualidade monitora o consumo e busca soluções para evitar desperdícios e promover campanhas de conscientização.

Quando não atende mais os parâmetros de qualidade do processo produtivo, a água segue para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), onde é analisada e tratada de acordo com parâmetros definidos pela legislação de cada local.

Sem água
No Brasil, o Programa de Reciclagem de Cápsulas de Alumínio da Nespresso completou 10 anos em 2021 e conta com um processo de separação mecânica da borra de café e do metal, sem a utilização de água.

Segundo Cecilia Seravalli, gerente de Sustentabilidade da empresa, no processo de produção da companhia a recuperação da água da chuva e de enxágue levou à redução de 27% no consumo por tonelada de produto fabricado.

A Nespresso também faz parte da plataforma colaborativa Consórcio Cerrado das Águas (CCA), que tem como objetivo regenerar as paisagens, os ecossistemas e os recursos hídricos nas regiões cafeeiras do Cerrado Mineiro.

Foto: Freepik.com

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