Paragominas, no Estado do Pará, está na vanguarda de uma iniciativa inédita: o projeto Fauna Sustentável. Trata-se da primeira ação na região voltada para a convivência harmoniosa entre humanos e fauna. A ação é fruto do Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC).
O BRC é um programa composto pela Hydro, Universidade de Oslo (Noruega), Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Com eventos abertos ao público, palestras em instituições de ensino, oficinas e exposições, o projeto tem promovido a conscientização e implementado medidas práticas para a convivência harmoniosa das espécies. Entre as estratégias ensinadas estão o manejo antipredação para prevenir danos causados por onças aos animais de criação, a instalação de armadilhas fotográficas nas fazendas para monitorar felinos e outras espécies e a orientação aos produtores rurais sobre como evitar esses danos, além de treinamentos sobre a coexistência com onças.
Ao todo, 24 fazendas da região foram beneficiadas desde 2022 e 870 pessoas participaram das palestras e oficinas. Antes das intervenções, havia registros de quinze abates de gado por onças. Desde o início das ações, em colaboração com os produtores, não surgiram mais registros de animais mortos pelo felino.
O conceito de coexistência tem recebido crescente atenção dos pesquisadores do projeto, abrangendo a conservação de diversas espécies, incluindo as onças. As armadilhas fotográficas instaladas nas fazendas identificaram 19 espécies animais em mais de 400 registros realizados, incluindo a sussuarana, a jaguatirica, o gato-mourisco, o tamanduá-bandeira, a irara, a capivara e o caititu.
Desde sua fundação, em 2013, o BRC já aprovou 26 projetos de pesquisa e publicou 60 artigos científicos. O consórcio representa um investimento de mais de R$ 14 milhões por parte da Hydro e teve sua renovação garantida por mais cinco anos em 2023.
“Os estudos desenvolvidos pelo BRC geram conhecimento aplicado à reabilitação de áreas mineradas. Além disso, aumentamos consideravelmente nosso conhecimento sobre a biodiversidade na Amazônia, o estado de conservação das espécies e sua ecologia. Todo esse aprendizado contribui para o processo de tomada de decisão da empresa”, explica Eduardo Figueiredo, diretor de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro.
Foto: Divulgação Hydro