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Hydro avança a passos largos rumo à descarbonização com investimento de R$ 1,6 bilhão

Empresa investe em projetos de descarbonização na refinaria Hydro Alunorte, no Pará, com foco na substituição de combustíveis fósseis por energia renovável e gás natural, visando a reduzir suas emissões de carbono em 32% até o final de 2024

Empresa global de alumínio e energia com mais de um século de atuação, a Hydro,é uma das líderes do setor na transformação da indústria em direção a um futuro mais sustentável.

Mais recentemente, a empresa anunciou um investimento de R$ 1,6 bilhão em projetos de descarbonização nas suas operações da Hydro Alunorte, em Barcarena, no Estado do Pará, com o objetivo de reduzir significativamente sua pegada de carbono.

Carlos Neves, vice-presidente de Operações de Bauxita e Alumina da Hydro, destaca a importância do alumínio na transição energética e como a sustentabilidade é um pilar central da estratégia da empresa nessa jornada.

“Acreditamos que o alumínio é um metal essencial para um futuro mais sustentável, graças às suas propriedades únicas: é leve, condutivo e infinitamente reciclável. Cerca de 70% a 75% de todo o alumínio já produzido no mundo ainda está em uso, o que demonstra seu potencial de reciclagem infinita. Essas características são fundamentais para a sociedade do futuro”, aponta.

Investimentos

Comprometida em reduzir suas emissões de carbono em 32% até o final de 2024, 50% até 2030 e zerar as emissões até 2050, a empresa está implementando diversas iniciativas em suas operações. Uma das mais recentes está na refinaria Hydro Alunorte, incluindo a instalação de caldeiras elétricas e a substituição de combustíveis fósseis por gás natural.

Neves afirma que o investimento inicial foi direcionado para as caldeiras elétricas, com um montante de R$ 318 milhões. Esse valor incluiu melhorias técnicas e a instalação das caldeiras.

“Uma caldeira elétrica piloto já foi instalada em 2022 e, até o final de 2024, teremos duas novas em operação. Com essas três caldeiras elétricas, que utilizam tecnologia inovadora e são as maiores do mundo em sua categoria, vamos reduzir as emissões de carbono em 550 mil t por ano”, informa.

O processo da refinaria da Hydro Alunorte é intensivo em termos de energia. Anteriormente, a base da matriz energética era o óleo BPF e o carvão, grandes emissores de carbono. No entanto, com o segundo projeto, a implementação do gás natural, e um investimento de R$ 1,3 bilhão para converter os equipamentos, todos os treze equipamentos que antes funcionavam com o BPF na Hydro Alunorte agora utilizam gás natural, eliminando completamente o uso desse óleo nas operações.

Como não havia gás disponível no Pará, a Hydro buscou um parceiro para viabilizar esse projeto. Firmou-se então um contrato de vinte anos com a New Fortress Energy, que montou uma unidade industrial de regaseificação dentro de um navio ancorado em Vila do Conde. O processo de conversão dos equipamentos teve início em abril deste

ano, permitindo que todo o processo de calcinação e parte da geração de vapor da refinaria passassem a utilizar o gás natural como fonte de energia, em substituição ao óleo combustível.

O vice-presidente conta ainda que a Hydro Alunorte já está entre as refinarias mais eficientes do mundo. Em média, a indústria em geral emite 1,33 t de CO2 por t de alumina, enquanto a Hydro emite apenas 0,66 t, ou seja, 50% da média da indústria. Mas, então, por que se preocupar em descarbonizar ainda mais?

“A resposta está no nosso compromisso de controlar a elevação da temperatura global e evitar que ela continue subindo. Toda contribuição é bem-vinda nessa luta. Por isso, mesmo com os bons resultados, essas iniciativas em andamento para reduzir nossas emissões em 32% até o final de 2024 já são uma realidade. E, com isso, sairemos de 4,1 milhões de t para 2,7 milhões de t, diminuindo nossa emissão de 0,66 t para 0,45 t”, afirma o vice-presidente.

Energia renovável 

Para alimentar suas operações tanto na mina em Paragominas como na refinaria em Barcarena, a Hydro também investiu em dois projetos por meio do seu braço de energia, a Hydro Rein.

Um é o Ventos de São Zacarias, um complexo de energia eólica localizado entre os Estados do Piauí e Pernambuco. Em construção, ele terá capacidade de 456 MW. O outro é o Mendubim, um complexo de projetos realizado em parceria com a Scatec e a Equinor ASA, que iniciou as operações em março de 2024 para fornecer energia solar com capacidade de 531 MW.

Só o início

A jornada da Hydro rumo à descarbonização, no entanto, não para por aí. A empresa planeja alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para isso, está investindo também em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, como biomassa, biogás, hidrogênio e eletrificação de processos.

“Firmamos uma parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) com o intuito de estudar e analisar o uso potencial das calorias presentes no açaí. Hoje já estamos testando o caroço do açaí em nossas operações e, neste ano, vamos queimar 70 mil t dele. Se o projeto continuar nessa trajetória positiva, o açaí se tornará um dos combustíveis que substituirão o carvão, promovendo uma sinergia benéfica com a comunidade local e a sociedade em geral. E, nessa jornada, estamos confiantes de que o mercado reconhecerá o valor de produtos com emissão zero”, destaca Neves.

Foto: Divulgação Hydro

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