range-rover-evoque3

Alumínio faz parte do DNA dos veículos da Jaguar Land Rover

Gabriel_Patini_018- Divulgacao Jaguar Land Rover
Patini é diretor de marketing e produto da Jaguar Land Rover para a América Latina e Caribe

Tradição no segmento de veículos de luxo, a marca Jaguar Land Rover é hoje sinônimo de inovação em alumínio. Com a inauguração da primeira planta no Brasil agora no início de junho, em Itatiaia, no Rio de Janeiro, a expectativa é que a expertise do grupo em território nacional abra caminho para a ampliação do uso do alumínio no país. A produção local será dos modelos Discovey Sport e Range Rover Evoque, que já vêm conquistando os consumidores brasileiros: suas vendas cresceram 4,8% apenas no primeiro trimestre de 2016, em comparação com o mesmo período no ano passado isso em um momento de retração econômica que causou a parada de muitas montadoras. Prova da popularidade da marca no país é o Discovery Sport, que fechou abril como o veículo de luxo mais vendido por aqui. “Temos o compromisso de produzir veículos com a mesma qualidade dos modelos que são produzidos em nossas unidades localizadas no Reino Unido”, aponta Gabriel Patini, diretor de marketing e produto da Jaguar Land Rover para a América Latina e Caribe. Recentemente, o grupo alcançou mais um marco histórico na indústria com o projeto REALCAR, que em um ano de vendas do modelo Jaguar XE, recuperou 50 mil toneladas de sucata de alumínio, equivalente a 200 carrocerias do modelo, o primeiro do mundo com esse nível de metal reciclado. Confira.

O SEGMENTO DE LUXO ESTÁ APOSTANDO NO PAÍS COM A CHEGADA DE FÁBRICAS DAS PRINCIPAIS MARCAS, INCLUSIVE A LAND ROVER. QUE FATORES TÊM ESTIMULADO ESSE MOVIMENTO?

Decidimos abrir uma fábrica no Brasil, pois sabemos do enorme potencial que o mercado brasileiro de veículos premium tem. Algumas estimativas apontam que o mercado total de veículos no país deva chegar a 5 milhões de unidades/ano por volta de 2025. Atualmente, os veículos premium representam cerca de 2% do total do mercado por aqui, enquanto em países mais maduros como os EUA, China e algumas regiões da Europa, essa fatia de mercado pode chegar a 10%. Por isso, seguimos otimistas e reforçamos que nosso compromisso com o Brasil é de longo prazo.

QUAIS OS DESAFIOS DA NACIONALIZAÇÃO?

A produção local exige uma cadeia de fornecedores capacitada para suprir a produção de veículos premium de alta qualidade e tecnologia que até então não eram produzidos por aqui. Isso exige que a cadeia de fornecedores se adeque a essa nova demanda.

O ANÚNCIO É DE QUE A NOVA PLANTA TERÁ PRODUÇÃO SUPERIOR À DA PLANTA INDIANA E SERÁ UM MODELO PARA AS OUTRAS UNIDADES. O QUE SERÁ AGREGADO EM TERMOS DE TECNOLOGIA?

A produção de veículos de alto valor agregado é muito benéfica para o mercado brasileiro, uma vez que eles estão na vanguarda de sistemas de segurança e tecnologia embarcada. Temos o compromisso de produzir veículos com a mesma qualidade dos modelos que são produzidos em nossas unidades localizadas no Reino Unido.

COMO O INVESTIMENTO NO BRASIL SE ENCAIXA NOS NEGÓCIOS DO GRUPO?

A nova fábrica que está sendo construída em Itatiaia (RJ) faz parte da estratégia global de crescimento da Jaguar Land Rover e exige investimentos de 750 milhões de reais. Atualmente a Land Rover é referência no mercado de SUVs premium no Brasil. A chegada da fábrica com a produção dos modelos Discovery Sport e Range Rover Evoque deve consolidar ainda mais a marca no país.

O QUE ESTIMULOU A ESCOLHA DOS MODELOS QUE SERÃO PRODUZIDOS NESTA FÁBRICA NO BRASIL?

O Discovery Sport e o Range Rover Evoque, ambos pertencentes à linha Land Rover, são perfeitos para um local como o Brasil. Eles oferecem ampla versatilidade, altíssimo nível de acabamento e capacidade para rodar em qualquer tipo de terreno, além de muita autonomia. O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, possui uma infinidade de paisagens e de locais de difícil acesso ideais para os veículos Land Rover.

O SEGMENTO DE LUXO HISTORICAMENTE APOSTA NO ALUMÍNIO COMO DIFERENCIAL ESTÉTICO E DE DESEMPENHO. COMO SE DÁ A PRESENÇA DO METAL NOS MODELOS DO GRUPO ATUALMENTE?

O alumínio garante a leveza e a maior rigidez dos nossos produtos. Estruturas mais leves auxiliam diretamente o desempenho e a economia de combustível dos nossos veículos e isso é fundamental. Além disso, o uso do alumínio é mais sustentável, uma vez que ele pode ser amplamente reciclado e também ajuda a diminuir as emissões de CO2.

ESTIMA-SE QUE 70% DOS MODELOS PRODUZIDOS PELA LAND ROVER DESDE 1948 ESTEJAM AINDA EM USO. É POSSÍVEL RELACIONARMOS A DURABILIDADE E RESISTÊNCIA À PRESENÇA DO ALUMÍNIO?

O alumínio tem um papel fundamental na história da Land Rover, uma vez que ele é usado desde o começo da marca, em 1948, na produção do primeiro modelo da marca, o Série 1. O uso do alumínio se tornou importante para o projeto dos veículos Land Rover da época, cuja proposta era oferecer ampla durabilidade e robustez. Esse DNA permanece em alguns modelos atuais e, por conta disso, nos tornamos referência mundial no uso desse material para construção de veículos. O novo Range Rover foi o primeiro SUV do mercado a usar carroceria praticamente toda em alumínio. Em 2014, o sedã Jaguar XE tornou-se o primeiro carro do mundo a utilizar esta liga de alumínio de alta resistência inovadora à base de alumínio reciclado, que pode aceitar uma percentagem mais elevada da sucata recuperada. O objetivo da Land Rover é usar até 75% de alumínio reciclado na carroceria dos nossos veículos até 2020.

COMO FOI O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO PIONEIRO DE ALUMÍNIO RECICLADO “REALCAR”?

A Jaguar Land Rover é uma referência mundial na produção de estruturas leves em alumínio para seus veículos. O projeto de pesquisa liderado pela Jaguar Land Rover para a REALCAR, que significa REcycled ALuminium CAR, na sigla em inglês automóvel de alumínio reciclado, desenvolveu uma liga à base de alumínio reciclado, que pode aceitar uma percentagem mais elevada da sucata recuperada. Em 2014, o Jaguar XE tornou-se o primeiro carro do mundo a utilizar esta liga inovadora de alumínio de alta resistência, desenvolvida pela Novelis, parceira do projeto. Como resultado alcançado, a Land Rover alcançou o marco significativo da recuperação de mais de 50 mil toneladas de sucata de alumínio. Mais de 7 milhões de libras foram investidas nas máquinas de prensagem das próprias unidades de manufatura de Halewood, da Jaguar Land Rover, além de Castle Bromwich e Solihull, com a instalação de sistemas de segregação para capturar e distribuir a sucata de alumínio para fundição, reduzindo resíduos, mantendo maior qualidade e valor no material.

COMO A MARCA AVALIA O USO DO ALUMÍNIO COMO SOLUÇÃO PARA ATINGIR AS METAS RELATIVAS À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TANTO NA EUROPA COMO PELO INOVAR-AUTO NO BRASIL?

O uso do alumínio é importantíssimo para oferecer veículos eficientes no consumo de combustível e nas emissões de gases. Mais do que isso, eles ajudam diretamente no bom desempenho dos nossos veículos e na excelente dirigibilidade, portanto, ao desenvolver produtos, esta é sempre uma questão considerada. O uso do alumínio é extremamente importante para a indústria e ele se mostrou como uma excelente solução em termos de eficiência energética, segurança e rigidez. Por esse motivo, essa tecnologia é referência para a Jaguar Land Rover em todo o mundo, considerando a qualidade e o padrão de todas as suas fábricas.

Veja também:

Indústria do alumínio deve investir R$ 30 bilhões no Brasil até 2025

Durante entrevista aos jornalistas no 9º Congresso Internacional do Alumínio, organizado pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) nos dias 9 e 10 de abril, no Hotel Unique, em São Paulo, a presidente-executiva da ABAL, Janaina Donas, apresentou reflexões e dados significativos sobre o mercado do alumínio no Brasil e no mundo, destacando perspectivas promissoras para

Alumar impacta o Maranhão com R$ 3 bilhões e mais de 5 mil empregos em três anos

O Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) atingiu um marco histórico com investimentos que ultrapassam R$ 3 bilhões nos últimos três anos, impulsionando a geração de cerca de 5.600 empregos diretos e indiretos na região. Em entrevista exclusiva ao portal Revista Alumínio, Walmer Rocha, diretor de Operação da unidade, conta com mais detalhes sobre esses

Rolar para cima
Rolar para cima