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Empresas avaliam 2021 como um ano positivo para o setor do alumínio

Companhias anunciaram investimentos de cerca de R$ 6 bilhões até 2025

Apesar do cenário desafiador imposto pela pandemia do novo coronavírus, o balanço da indústria do alumínio foi positivo em 2021, apontando para uma retomada do ciclo de crescimento, de acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).

A entidade ainda não fechou os números do ano, mas estima que o consumo doméstico de produtos transformados cresça 12,2% na comparação com 2020, atingindo um volume recorde de 1.597,5 mil t, patamar superior ao pico registrado em 2013 – de 1.513 mil t.

Segundo levantamento realizado de janeiro a setembro, com exceção dos segmentos de cabos e de pó de alumínio, todos os demais cresceram dois dígitos na comparação com o mesmo período de 2020. O destaque fica para extrudados e laminados, que juntos representam 71% do total do mercado e alcançaram aumento de 28,7% e 20,4%, respectivamente.

“O setor como um todo prevê investir cerca de R$ 6 bilhões até 2025, contemplando modernização de fábricas, aumento da capacidade de produção, exploração de novas reservas de bauxita, investimento em tecnologias de ponta, entre outras ações”, ressalta Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.

Entre as boas notícias, a Alcoa anunciou a retomada da produção de alumínio primário na Alumar, em São Luís (MA) – suspensa em 2015, por conta do Custo Brasil. A unidade tem capacidade prevista de 268 mil t métricas por ano.

Já a Novelis concluiu a ampliação da unidade em Pindamonhangaba (SP), considerada o maior complexo de laminação e reciclagem da América do Sul. A planta atinge a capacidade total anual de 680 mil t na produção de chapas e 490 mil t na reciclagem.

Em relação às ações de sustentabilidade, dois cases do setor foram apresentados na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Além da reciclagem de latas de alumínio, cujo índice é de 97,4% no Brasil, segundo a ABAL e Abralatas, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) destacou a caldeira de biomassa da refinaria de alumina, que proporcionou uma redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por tonelada de óxido de alumínio nesta etapa produtiva.

Confira, a seguir, como algumas empresas avaliam o ano:

Alubar é destaque no continente americano
A Alubar é uma das empresas que cresceram em 2021. A companhia adquiriu ativos de uma nova unidade nos Estados Unidos. Trata-se de uma fábrica de vergalhões de alumínio localizada em New Madrid, no estado americano do Missouri, às margens do rio Mississipi.

Com a aquisição, a Alubar torna-se a maior produtora de vergalhões e ligas de alumínio do continente americano, com capacidade total de 300 mil t por ano, somando suas unidades no Brasil, Canadá e Estados Unidos.

“Mantivemos a liderança no segmento de condutores elétricos de alumínio no Brasil e demos um passo importante para ampliar nossa atuação na América do Norte. Tivemos um ano bom, sem redução de nossas demandas por sermos empresa essencial do setor elétrico, e investimos para resultados ainda melhores no futuro”, resume Maurício Gouvea, diretor-executivo da empresa.

Em 2021, a Alubar alcançou o faturamento de 250 mil t de cabo de alumínio liga 1120 — isso desde que começou a comercializar o produto no Brasil, há 10 anos.

Para 2022, a empresa prevê alta na demanda por redes de linha de distribuição – tanto as urbanas quanto as de condomínios privados – e aumento na participação em projetos de energia renovável no Brasil, como parques eólicos e solares, além das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

Por isso, a Alubar investiu para triplicar a capacidade produtiva de cabos de alumínio para linhas de distribuição neste ano. Também instalou uma nova extrusora na fábrica localizada em Montenegro (RS), que poderá produzir cabos cobertos de alumínio.

CBA estreia na B3 e foca na sustentabilidade
Camila Abel Correia da Silva, gerente geral de Finanças da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), conta que no Brasil o consumo de alumínio seguiu a tendência global, com crescimento na maioria dos segmentos.

Os fundamentos de mercado mais favoráveis resultaram em um aumento de 46% do preço de alumínio na London Metal Exchange (LME), que passou de uma média de US$ 1.633/t nos primeiros nove meses de 2020 para US$ 2.384/t no mesmo período de 2021.  

“Esse cenário influenciou o aumento de 56% na receita líquida consolidada da CBA, atingindo R$ 6 bilhões nos primeiros nove meses de 2021, em relação a R$ 3,8 bilhões no mesmo período de 2020, sendo a receita do negócio de alumínio de R$ 5,7 bilhões neste ano versus R$ 3,5 bilhões do ano anterior”, explica. 

Em julho, a CBA foi a primeira produtora de alumínio a abrir capital na B3 (Bolsa de Valores do Brasil). Os recursos captados devem ser utilizados em investimentos com foco no crescimento sustentável, aumento da competitividade e autossuficiência na produção de insumos.

Para melhorar ainda mais a liquidez, a empresa contratou recentemente uma linha verde de crédito rotativo no valor de US$ 100 milhões, atrelada à implementação das metas de longo prazo para emissões de CO2.  

“Isso atesta o compromisso ambicioso da nossa estratégia ESG (Environmental, Social and Governance) de reduzir em 40% as emissões até 2030 (na média dos produtos fundidos, desde a mineração), tendo como ano base 2019”, comenta a gerente geral de Finanças da CBA.

Diversificação da matriz energética
Em agosto, a CBA concluiu a aquisição dos ativos de autoprodução de energia eólica Ventos de Santo Anselmo e Ventos de Santo Isidoro, com 171,6 MW de capacidade instalada. O início de fornecimento está previsto para 2023 para as fábricas localizadas em Itapissuma (PE) e Alumínio (SP).

Em outubro, a empresa também anunciou a criação de uma unidade de negócios para gerir os ativos de energia. A partir de 2022, a operação das suas 21 usinas hidrelétricas, até então gerenciadas pela Votorantim Energia, passam a ser administradas pela própria companhia.

Novas aquisições
Em novembro, a CBA divulgou um acordo para aquisição de 80% do capital social da Alux do Brasil, um dos principais fornecedores de ligas secundárias de alumínio do país. 

“Como prática recorrente, monitoramos oportunidades e alternativas de crescimento orgânico em toda a cadeia de valor do alumínio, com alocação de capital disciplinada e seguindo princípios ESG. O foco será em aquisições de menor porte focadas em reciclagem”, explica a executiva.

Hydro alia sustentabilidade e bons resultados financeiros
Em 2021, a multinacional Hydro alcançou resultados positivos influenciados pelo nível de produção na capacidade nominal e pelos preços mais altos da alumina.

“Outro resultado expressivo é esperado na produção anual da mina de bauxita da Hydro Paragominas, que deve atingir 11 milhões de t. O balanço positivo será obtido mesmo com os efeitos parciais do aumento nos custos das matérias-primas”, acrescenta Carlos Neves, diretor de Operações de Bauxita & Alumina da Hydro.

Em 2021, foi consolidada na Hydro Paragominas a metodologia Tailings Dry Backfill (ou disposição de rejeitos em área lavrada), que exigiu o investimento de R$ 30 milhões. A tecnologia elimina a necessidade do armazenamento permanente de rejeitos em barragens.

Outro projeto de sustentabilidade que avançou foi o reflorestamento de áreas mineradas. Até o final de 2021, 2,8 mil hectares terão sido reflorestados, um acréscimo de 300 hectares em um ano, dando sequência ao processo de recuperação iniciado em 2009.

Na refinaria Alunorte, o ano foi marcado pelo início da operação do depósito de resíduo de bauxita, o DRS2, uma solução de longo prazo fundamental para a continuidade da cadeia de alumínio no Pará. Combinado à tecnologia do filtro prensa, que gera um resíduo com 78% de conteúdo sólido e permite empilhamento por compactação, o DRS2 significa um grande avanço tecnológico, de sustentabilidade e segurança para a operação.

A Alunorte também substituirá o óleo combustível por gás natural liquefeito (GNL), diminuindo as emissões anuais de CO2 em 700 mil t, ou seja, 14%. Para dar início ao projeto, foi firmado um contrato com a New Fortress Energy para o fornecimento de GNL por um período de 15 anos.

“Em 2022, a Hydro seguirá com a crença de que a sustentabilidade pode gerar lucratividade. Por isso, investirá em tecnologias avançadas que são os principais facilitadores dos processos livres de CO2. A companhia projeta reduzir as emissões em 10% em 2025 e 30% em 2030, considerando todas as operações globalmente”, informa Neves.

Termomecânica foca no alumínio
Como parte da estratégia de ampliação para o mercado de alumínio, a Termomecanica inaugurou a sua fábrica de vergalhões, em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista.

A nova planta, com capacidade de produção de até 30 mil t por ano, recebeu investimento de US$ 25 milhões direcionado à construção do edifício, aquisição de equipamentos e instalação de novas tecnologias.

“Estamos inserindo nossos produtos no mercado com bons resultados iniciais, principalmente devido à qualidade do produto”, afirma Paulo Cezar Martins Pereira, superintendente de Vendas e Marketing da Termomecanica.

O executivo conta que, além deste mercado, em 2021 houve uma boa evolução do segmento de tubos para refrigeração e outras aplicações, que, na linha de produção, representou um aumento médio de 8% até o final de outubro. Já o segmento de barramentos teve uma evolução menor, ficando ligeiramente acima do ano anterior, com 2,5%.

“No geral, houve uma evolução da demanda por parte dos mercados consumidores este ano, mas é necessário considerar que a base de comparação é 2020, ano impactado pela pandemia. No segmento de vergalhões, houve estabilidade ou até um pequeno decréscimo, muito em função de que esse mercado veio extremamente aquecido até meados de 2020”, explica Pereira.

Para 2022, a empresa espera um crescimento de mercado e da economia, com maior investimento em setores de maior impacto, como o elétrico, de construção civil, automobilístico e mercado exportador.

“Esperamos e torcemos para que haja um equacionamento mínimo das desigualdades provocadas pela pandemia no setor social e econômico, com uma possível recuperação no nível de emprego. Seguiremos nossas metas traçadas e faremos novos investimentos que assegurem a boa sustentabilidade de nossos negócios”, prevê Pereira.

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