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Curso de extensão apresenta o alumínio para novos profissionais da arquitetura e construção

Idealizada pela ABAL, formação conta com parceria de entidades representativas de outros materiais

A falta de uma disciplina específica sobre o alumínio nas grades curriculares dos cursos de arquitetura e urbanismo, e a consequente carência de especificadores especializados no metal, motivou a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) a desenvolver um curso de extensão universitária gratuito sobre inovações e tendências deste mercado.

A primeira edição, com o tema “O uso do alumínio na arquitetura”, foi realizada em 2004 em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). O curso foi ministrado por docentes da própria instituição de ensino e por profissionais da indústria do alumínio e buscou levar uma “visão do mercado” para dentro da sala de aula. A ideia deu tão certo que rendeu novas turmas.

Conteúdo mais robusto
Em 2009, a ABAL decidiu ampliar a grade curricular e promoveu o curso “Arquitetura & Construção: materiais, produtos e aplicações – introdução aos sistemas construtivos”, no Centro Universitário de Belas Artes.

“A ABAL sempre teve convicção das soluções eficientes do alumínio na arquitetura e construção. No entanto, ela respeita a liberdade dos projetos e da escolha dos materiais. Neste contexto, acionou entidades representativas do aço, cimento, vidro e PVC para tornar o curso mais robusto, com foco na formação de profissionais bem capacitados”, explica Kaísa Couto, diretora da Área Técnica da ABAL.

A partir de 2014, foi firmada uma parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. E, em 2019, ocorreu uma edição especial para os alunos dos cursos de Edifícios, Hidráulica e Saneamento Ambiental e Movimento de Terra e Pavimentação na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP). Em 2020, devido a pandemia do novo coronavírus, a formação foi adaptada para a versão online.

A parceria segue vigente com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, e com a Fatec-SP, sendo que estão previstas novas edições para 2022.

“Como o curso é certificado por cinco associações brasileiras e pela Mackenzie, se torna reconhecido e é um diferencial para os participantes. Ele destaca o protagonismo dos pesquisadores na composição de seus currículos e aumenta suas experiências com a prática da construção civil, fator que trará mais qualidade aos projetos profissionais”, relata a professora Maria Augusta Justi Pisani, uma das idealizadoras da formação no Mackenzie.

Atualmente, a grade curricular contempla os módulos abaixo, sob responsabilidade das respectivas associações:

  • Módulo Alumínio – Associação Brasileira do Alumínio (ABAL);
  • Módulo Cimento – Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP);
  • Módulo Aço – Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM);
  • Módulo Vidro – Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro);
  • Modulo PVC – Instituto Brasileiro do PVC.

“Nós percebemos o entusiasmo dos alunos em relação à vivência na prática. Vemos o quanto esses materiais não são tão explorados nos cursos universitários. Os alunos ficam muito empolgados em conseguir ver as aplicações diretas por meio dos profissionais que ministram as aulas”, comenta Beatriz Alves Lima, estagiária da área Técnica da ABAL.

Benefícios da capacitação
No módulo alumínio, a carga horária é de 12 horas. Além de ter contato com exemplos práticos de projetos e soluções com a utilização dos materiais com alumínio em obras nacionais e internacionais, os participantes podem comprovar as principais vantagens do metal para as edificações.

“Observa-se claramente o interesse deles quanto à propriedade de alta ductibilidade do alumínio, que se traduz na maior flexibilidade e maleabilidade do metal. Esse aspecto, aliado à diversidade dos processos de fabricação do alumínio, permite aos arquitetos gerar soluções para os projetos arquitetônicos, estimulando a inovação do processo de produção dos edifícios”, explica Magda Reis, arquiteta, urbanista e consultora da ABAL, que leciona no curso.

Os participantes também são orientados a elaborar a especificação técnica dos diversos produtos e sistemas construtivos com alumínio de acordo com três aspectos fundamentais: produtos, obra e normas técnicas aplicáveis.

“A formatação do curso permite que os alunos se capacitem para tornar o projeto arquitetônico mais completo, agregando valor tanto ao empreendimento quanto ao próprio trabalho profissional, ambos enriquecidos pela inclusão das informações técnicas dos produtos com alumínio”, resume a consultora da ABAL.

Arimatéia Nonatto, engenheiro civil e mestre em estruturas, leciona no curso desde o início do projeto. Ele conta que trabalha dois temas principais com os alunos:

  • Fachadas curtain-wall, que inclui a história e a importância do arquiteto neste contexto, desde Le Corbusier, Lúcio Costa e Niemeyer até Norman Forster, além do teor técnico, os sistemas existentes e como aplicá-los.
  • Revestimentos metálicos, que inclui os tipos de revestimentos sólidos ou compostos, suas composições e limites, e como aplicá-los de forma correta, extraindo o máximo dos seus atributos.

“Creio que essa amostragem do entrelaçamento entre os materiais alumínio e vidro e as disciplinas arquitetura e engenharia agregam um conhecimento importante nesta fase da graduação. A arquitetura moderna prescinde desses materiais e suas aplicações”, afirma Nonatto.

O curso de extensão universitária é uma iniciativa do projeto Alumínio nas Escolas, criado pela ABAL em 2006 para disseminar conhecimento, fomentar o ensino, a pesquisa e a inovação tecnológica do alumínio no meio acadêmico.

 

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