No Dia da Consciência Negra (20/11), a Comunidade do Boa Vista Trombetas, em Oriximiná, no Oeste do Pará, celebra 25 anos de titulação das terras quilombolas. Cerca de 150 famílias participam de uma programação especial, seguindo os protocolos de segurança contra a Covid-19.
“Fomos a primeira comunidade negra do Brasil a conquistar a titulação das terras, praticando uma frase que usamos muito no quilombo: ‘não desistir’. Seguimos na luta e conseguimos a vitória”, conta Amarildo Santos de Jesus, coordenador geral da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos de Boa Vista Trombetas (ACRQBV).
Segundo o coordenador, o processo contou com o apoio das instituições criadas para defender a causa, como a ACRQBV e a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO), além da Comissão Pró-Índio, do Ministério Público e da Mineração Rio do Norte (MRN).
Jéssica Naime, gerente de Relações Comunitárias da MRN, ressalta que o Dia da Consciência Negra na região ganha ainda mais relevância dada à presença de diversas comunidades remanescentes de quilombo e que a empresa apoia, todos os anos, as festividades das comunidades com recursos para as atividades.
“Neste ano, a pedido da ACRQBV, a MRN está financiando a reforma do barracão comunitário, no território de Boa Vista, em parceria com a comunidade. Trata-se do espaço do encontro, das festividades e das reuniões de organização da comunidade”, explica.
Evento
No Centro Comunitário da ACRQBV estão programadas duas rodas de conversa com relatos dos pioneiros pela titulação das terras e sobre o tema consciência negra.
Quatro grupos de danças e um grupo lúdico de contação de histórias encerram as atividades. Também está prevista a live “Protagonismo da mulher negra na sociedade”, a partir das 19h do dia 20/11, no canal da ARQMO no YouTube.