Tubulações, caldeiras, tanques e equipamentos instalados em áreas externas, como em petroquímicas, costumam sofrer com intempéries e constantes variações de temperatura – o que pode prejudicar tanto a estrutura física, quanto os desempenhos. Como são equipamentos que trabalham com elevados graus de temperatura, eles exigem também um isolamento térmico, para que o calor interno não seja transferido para o lado externo da tubulação. O isolamento, que pode ser feito com materiais como lã de rocha e silicato de cálcio, por exemplo, ajuda a conservar a energia e controlar a temperatura, protegendo os profissionais e os equipamentos.
O alumínio é o material mais procurado pela indústria para o revestimento, proteção e complemento do isolamento térmico, nas versões corrugada ou lisa. O primeiro é composto por uma folha de alumínio, duas folhas de papel kraft, com uma camada de asfalto no meio, o que cria uma barreira ao vapor. É comumente utilizado em tubulações menores, como as de ar-condicionado, sem exigência de aplicação especializada.
Já o liso, por outro lado, é uma chapa de alumínio de 0,4mm até 0,8mm de espessura, e tem sido mais utilizado em grandes tanques, como os vistos na Petrobras. Por apresentar maior rigidez e, portanto, resistência mecânica, consequentemente, exige aplicação com mão de obra especializada, que envolve processo de funilaria com uma frisadeira.
“O alumínio é ideal para essa aplicação por suas propriedades de isolamento, uma vez que reflete o calor proveniente das telhas, e pela capa cidade de condução térmica”, explica Fernando Wongtschowski, gerente de marketing da Novelis, que fornece folhas de alumínio comum que são corrugadas pelas empresas prestadoras de serviço do setor.
A Neotérmica, distribuidora de isolantes e revestimentos metálicos para a indústria, atuando há mais de 35 anos no mercado, garante que o corrugado possui a proteção necessária contra a condensação de tubulações, tanques e demais equipamentos, além de garantir fácil aplicação e remoção, dispensando pintura e manutenção recorrente.
Comumente utilizado para aplicações simples, o corrugado é o mais popular entre os revestimentos, dado seu baixo custo – metade do valor do liso. “Como se trata de um material que não exige um serviço especializado para instalação, o valor fica muito atraente”, garante Lourival Turcio, proprietário da Altec, fabricante e fornecedora de revestimentos de alumínio para equipamentos industriais.
Isso porque o material não demanda processo de acabamento, sendo apenas recortado e colocado na superfície do equipamento, e depois fechado com o selo e a cinta – também de alumínio. “As cintas têm grande resistência à tração, possibilitando o aperto adequado das chapas sobre o isolamento. Os selos são dotados de asas para fechamento. São de grande resistência e não se abrem mesmo com fortes tensões”, explica Heloisa Furtado, gerente de vendas da Isar Isolamentos Térmicos, que aplica 20 mil metros quadrados de alumínio corrugado por mês. “Uma das vantagens é a fácil remoção do produto, que pode ser reaproveitado para outras aplicações em caso de manutenção”, diz. Praticamente 95% dos revestimentos feitos com o metal são realizados com a versão lisa, principalmente quando se trata de grandes tanques. “Essas aplicações exigem maior rigidez e um trabalho mais complexo no momento da instalação. A fixação dele pode ser feita tanto com rebites quanto parafusos”, aponta Valter Romano, instalador que fornece consultoria para o setor há 10 anos.
Turcio, da Altec, indica as principais etapas na aplicação do metal: “Quando se trata de uma tubulação maior, usamos até mesmo um anel flutuante, feito com ferro chato, que recebe o revestimento de alumínio liso por cima, garantindo ali também a proteção do produto. Toda a mão de obra envolvida nesse processo faz com que o investimento nesse material seja maior, mas com a certeza de que está lidando com um item de qualidade”, explica. Para ele, a norma decretada pela Petrobras estimula o uso do alumínio liso como revestimento. De acordo com Turcio, tudo se baseia na qualidade do alumínio e seu desempenho como proteção aos equipamentos. “Ele dura bastante, mesmo em um tanque grande. De fato, a resistência mecânica do liso é maior e previne manutenção mais recorrente. Mas as características do metal garantem que ele seja muito bom para prevenir os problemas que podem prejudicar os equipamentos”, conta.
NORMA DA PETROBRAS
De acordo com a norma RESICOR PU N-2677-ALUMÍNIO da Petrobras, o material possui excelentes propriedades anticorrosivas, aderência, flexibilidade, umectabilidade e penetração, além de ótimas resistências químicas e mecânicas, especialmente à abrasão e ao impacto.
As vantagens do metal têm não somente garantido o isolamento térmico dos equipamentos, mas protegido os negócios frente à instabilidade econômica. De acordo com Wongtschowski, da Novelis, a expectativa é que o nicho se mantenha estável em 2015.
Tal estabilidade reflete no mercado como um todo. Vantagens que não só garantem proteção, como agregam funcionalidade e beleza de acabamento. “O revestimento industrial não vai mesmo perder espaço e o alumínio poderá se manter, provavelmente com um aumento maior de uso do liso. Se levarmos em conta a crise, o mercado vai bem, porque a estabilidade é dificilmente mantida em tempos de incerteza”, analisa Romano.
Otimista com os resultados que vêm conseguindo, a Isar Isolamentos Térmicos espera obter um desempenho positivo ao final do ano fiscal. “Ano passado, apresentamos um crescimento de 12% em relação a 2013. Este ano, esperamos que haja um crescimento maior”, afirma Heloisa Furtado, gerente de vendas da empresa.