A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) promoveu seis encontros virtuais do projeto Foco&Futuro – Experiências que Transformam. O último webinar foi realizado na última terça-feira (3/11) e trouxe para o bate-papo executivos do Grupo Ibrap, Hydro, Mineração Rio do Norte (MRN) e Nespresso, que relataram suas histórias profissionais, com foco na orientação de estudantes e recém-formados interessados em atuar no mercado do alumínio.
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Resiliência para empreender
Geraldo Fornasa, que além de fundador e atual presidente do Grupo Ibrap, é músico, relatou aos participantes os desafios enfrentados para empreender no setor do alumínio e conciliar as atividades há 40 anos.
“Hoje a sociedade aceita a música como arte, mas quando comecei não era assim. Tive dificuldade, mas com fé, dedicação, garra e resiliência, conquistei o respeito das pessoas. Contratei o melhor profissional do mercado de janelas para iniciar o negócio.”
Segundo o presidente do Grupo Ibrap, uma das suas motivações foi o fato de o alumínio ser um metal leve, bonito e se moldar a várias finalidades.
“Para ter um bom produto, além da mão de obra qualificada, é preciso garantir eficiência acústica e térmica. Soma-se a isso, muita tecnologia na cadeia do alumínio”, disse.
O administrador ainda aconselhou os participantes.
“Se tiver vocação para empreender, é preciso estar feliz com essa escolha, ter vontade, dedicação e interesse total no que pretende fazer.”
De olho nas oportunidades
Para Carlos Neves, diretor de Operações de Bauxita e Alumina da Hydro, valorizar os trabalhos que surgem no caminho pode ajudar a preparar o profissional para os grandes projetos no futuro.
“Lembro que quando estava no final da faculdade de Engenharia Química, todos os meus colegas já tinham feito um estágio e eu não. Mas consegui entrar em uma empresa onde atuava na análise bacteriológica do leite”, lembra.
De acordo com o executivo da Hydro, foi nesta empresa pequena que recebeu uma lição para toda a vida.
“No fim do estágio, estávamos vivendo uma crise pior que esta, por incrível que pareça, e um dos diretores me disse que as empresas sempre vão estar em busca dos grandes profissionais. Desde então, nunca fiquei mais de um mês desempregado”, conta.
Na visão de Neves, é preciso dedicação, conhecimento e um bom relacionamento interpessoal para seguir uma trajetória de sucesso.
“Quando terminei a faculdade, a cada dois anos, fiz uma especialização e vi o quanto isso foi importante na minha carreira profissional. Precisamos estar continuamente nos aperfeiçoando, buscando novas tecnologias”, acrescentou.
Disciplina e motivação no trabalho
Com foco em economia e finanças, Guido Germani, atual CEO da MRN, transitou por várias indústrias até chegar à mineração de diamante em Angola, em 2008.
“Acabei me interessando pela parte operacional e, quando a Vale Fertilizantes foi vendida, cheguei nesta posição na MRN”, lembra.
De acordo com o executivo, um dos conselhos para quem ingressa no mercado de trabalho é ter disciplina.
“O fato de eu ter ficado pouco tempo nas empresas onde trabalhei inicialmente – um ou dois anos – pode ter atrasado o desenvolvimento da minha carreira profissional”, reflete.
Germani conta que hoje a parte mais inspiradora do seu trabalho é a promoção do desenvolvimento socioeconômico nas regiões onde a MRN atua, com respeito ao meio ambiente e as pessoas.
“Estamos no meio da Floresta Amazônica. A mineração causa um impacto e temos que minimizar e recuperar essas áreas. Nosso desafio é que essa região não fique abandonada no pós-mineração. Temos um projeto para fazer uma agrofloresta e beneficiar a economia local, garantindo a sustentabilidade”, comenta.
A importância do autoconhecimento
Formada em psicologia, Paula Izidro, coordenadora de Treinamento e Desenvolvimento da Nespresso, disse que primeiro realizou o sonho de trabalhar na Nestlé e depois se encantou pela empresa atual, do mesmo Grupo, devido aos valores focados na sustentabilidade.
“Minha principal dica para quem está começando é o autoconhecimento. Saber o que você gosta de fazer e qual é a sua missão no mundo. É preciso muita reflexão para ser transparente com você mesmo”, alega.
Questionada sobre a posição das indústrias em relação à promoção da diversidade, ela acredita que as companhias já estejam comprometidas com o tema.
“Sou otimista, mas isso vai exigir muito trabalho e o papel é de todos nós. É responsabilidade da área de Recursos Humanos, mas principalmente de cada pessoa que está na empresa. Papel do jovem, de ver onde pode evoluir e ter a responsabilidade de fazer algo pela inclusão, não só de gênero”, conclui