queijo

Alumínio é essencial para queijos finos

O queijo é um dos mais antigos alimentos produzidos pelo homem, datando entre 12.000 e 10.000 a.c. A lenda mais conhecida sobre a sua origem é atribuída a um nômade árabe que atravessava o deserto com um cantil, feito de estômago de animal, com leite. Depois de longa jornada, o viajante teve uma surpresa: a reação entre a renina, enzima coagulante presente no recipiente, o calor do Sol e os movimentos do cavalo causaram a separação do leite em soro e coalho, originando, assim, o primeiro queijo. As propriedades da “embalagem” foram responsáveis pela sua descoberta e hoje é fundamental para sua conservação.

Entre os tipos de materiais utilizados em embalagens para laticínios, o alumínio ganha destaque. Fernando Wongtschowski, gerente de Marketing e Desenvolvimento de Produtos da Novelis América do Sul, apresenta algumas vantagens: “Ele oferece excelente  proteção por ser uma barreira completa à luz e ao ar. Além disso, está comprovado que alguns produtos, quando envasados em embalagens de alumínio, conservam muito mais o sabor e a coloração do alimento, preservando suas características na íntegra”.

Nataly Yoshino, gerente comercial do segmento de embalagens da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), aponta que queijos mal conservados podem sofrer alterações de cor, sabor e textura: “Quando ganha coloração esverdeada, em geral, é pela ação de fungos; ou se está mais esbranquiçado nas bordas é pela ação de mofo ou levedura. Já quando oxida adquire um tom mais amarelado do que o normal, após ser exposto por períodos prolongados ao ambiente natural em embalagens de plástico ou papel”, detalha. Por esses fatores, as embalagens de alumínio estão presentes neste segmento em diversas categorias: Polenghi, Kraft, do cream chesse Philadelphia, Danubio, Regina, Vigor e importadas, como Président e La vache qui rit são alguns dos nomes que apostam no metal como matéria-prima para as embalagens de seus portfólios.

FUNCIONALIDADE

De acordo com Rebeca Sanches da Laticínios Tirolez, o alumínio marca presença nas latas, utilizadas pelo tipo Reino, pela proteção mecânica, que é tão importante para garantir a integridade do queijo no formato redondo. Já os lacres nos cremes de queijo e ricota garantem a inviolabilidade do produto durante a exposição no ponto de venda.

No caso do gorgonzola, os chamados tipo Azul, assim como o roquefort, o alumínio é ainda mais importante, pois a maleabilidade das folhas tem ajuste perfeito ao tamanho e possibilita aberturas para a entrada de ar, ao mesmo tempo que oferecem proteção quanto à gordura natural do queijo e barreira à luz. “É um uso praticamente no mundo todo. Isso se deve ao fato de ser um queijo maturado por fungos.

E, como o penicillium roqueforti necessita de oxigênio para se desenvolver e maturar o gorgonzola, a folha de alumínio acaba sendo a forma mais viável de proteger a sua integridade e, ao mesmo tempo, manter essa oxigenação”, explica Raquel.

Leandro Furtado, gerente de produção dos Laticínios Cruziliense (Cruzília), endossa: “Utilizamos a embalagem nessa linha de queijos tipo Azul para controlar o crescimento do mofo e proteger a casca de desidratação excessiva, que poderá constituir um defeito”.

Na América do Norte e Europa a embalagem de alumínio é adotada como padrão absoluto para estes segmentos. “Cremes e pastas de queijo são acondicionados prioritariamente em bisnagas de alumínio, pois permitem que as receitas tradicionais destes alimentos não sofram a interferência de aditivos químicos que alteram o sabor e consistência dos alimentos em pasta, impedindo uma deterioração mais acelerada”, diz Lúcia Decot Sdoia, farmacêutica da Bispharma. Afonso Sampaio Amaral, diretor de operações e finanças da Bisnax, fabricante de bisnagas, aponta: “Quem já não ingeriu produtos armazenados em embalagens plásticas e sentiu um gosto esquisito, que parece justamente de plástico ou ainda quando percebemos que o produto adquiriu um tom amarelado?”.

BISNAGAS

Pouco a pouco, lojas de produtos importados, supermercados e mercearias finas têm trazido para o Brasil diversos outros produtos alimentícios cuja consistência pastosa se adequa perfeitamente à bisnaga de alumínio e, por esse motivo, o público está consumindo e percebendo suas vantagens.

“O mercado de envase de bisnagas está atualmente muito bem amparado por fabricantes de máquinas nacionais que são capazes de atender a demanda de grandes empresas do setor alimentício. Com isso, o processo de envase está deixando de ser caseiro e manual para se tornar uma realidade em grande escala. Hoje, no país, já temos queijos cremosos, geleias, bebidas alcoólicas, além de um enorme mercado para envase de brigadeiro e doce de leite em bisnagas de alumínio”, informa Amaral.

Como é o caso da empresa catarinense Pomerode Alimentos, que tem como diferencial queijos cremosos em bisnagas de alumínio desde 1947. Juliano Mendes, sócio-gerente da marca, acredita que o queijo em uma embalagem como essa desperta a curiosidade do consumidor brasileiro. “A praticidade que possui deve contar pontos na escolha. A bisnaga de alumínio é ‘colapsível’, não puxa o ar para dentro da embalagem depois de pressionada, o que oxidaria o produto com maior velocidade, sem falar no risco de contaminação”, explica Mendes. Ele também ressalta que é possível ter um shelf life de até dez dias após aberta, fora da refrigeração. “O mesmo produto, no caso de potes de vidro deve ficar refrigerado”, compara.

Segundo Amaral, da Bisnax, o metal permite que em alguns produtos lácteos a validade aumente de uma semana em embalagem plástica para três meses em bisnaga de alumínio. “Empresas alimentícias que produzem alimentos orgânicos, por exemplo, têm cada vez mais buscado o alumínio uma vez que não possuem conservantes e, portanto, no plástico a validade seria extremamente curta”, aponta.

CONSUMIDOR

Nataly, da CBA, também antecipa a tendência: “Com a maior conscientização da sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde e a alimentação, dentro de uma lógica de estilo de vida saudável, a opção por produtos protegidos com embalagem de alumínio tende a ser maior. O alumínio é mais efetivo para proteger alimentos orgânicos, naturais, conservando assim os nutrientes originais. Esse mercado deve crescer ainda mais devido às inovações para desenvolvimento de embalagens”.

Além disso, por sua leveza, a embalagem em alumínio garante logística mais eficiente e barata, e oferece atributos como o aspecto moderno ao produto, facilidade na abertura, maior segurança, qualidade de impressão e um design diferenciado. “É sem dúvida uma forma de diferenciação do produto, como podemos observar em importantes marcas da França, Itália, Alemanha. O alumínio também oferece um sistema de abertura muito mais suave e livre de riscos para o consumidor, como as do tipo easy open e peel off”, exemplifica Wongtschowski, da Novelis.

Ele ainda ressalta outro atributo importante, frente ao alinhamento do consumidor com melhores práticas de mercado: a sustentabilidade. “Hoje, a Novelis pode oferecer chapas e folhas para fabricação destas embalagens contendo mais de 90% de matéria-prima de origem reciclada e, além disso, podemos auxiliar com a logística reversa da sucata de processo e das embalagens pós-consumo, garantido um alto índice de reciclagem dos resíduos”. Qualidades que, sem dúvida, deixam tudo ainda mais saboroso.

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