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De roupa nova no mercado

Em janeiro, a Coca-Cola Brasil reuniu a imprensa para apresentar oficialmente a nova identidade visual da marca. O movimento é parte da estratégia mundial de marca única, que começou com a junção da publicidade de todas as versões da bebida e, agora, a mudança das embalagens.

O vermelho se torna predominante e tem nos detalhes a identificação das versões: totalmente vermelho para a original, com preto na opção zero açúcar e verde para Stevia, com 50% a menos de açúcares. De acordo com Marcos de Quinto, vice-presidente executivo global e líder global de marketing (CMO) da Coca-Cola Company, a mudança irá dar mais força e visibilidade às opções zero e Stevia.

A mudança feita pela Coca-Cola abrange todas as suas embalagens, mas as latas de alumínio recebem as trocas de visual com muita facilidade. O metal permite diferentes cores e impressão em toda a sua superfície, além da possibilidade de aplicar impressões em HD que têm se tornado tendência no mercado. “As inovações com efeitos especiais em tintas e vernizes têm sido um enorme aliado para os clientes ao trabalhar as marcas e valiosas ferramentas para comunicar-se com os consumidores”, afirma João André Vilas Boas, Supervisor de Desarrollo Gráfico da Ball Brasil.

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A mudança no visual das latas de Coca-Cola tem como objetivo atrair mais consumidores para as versões zero açúcar e Stevia

Essas inovações expandem as possibilidades das marcas, que conseguem explorar melhor as alternativas de marketing e em campanhas publicitárias, podendo criar embalagens especiais temporárias, voltando ao original com facilidade. “A campanha Coca-Cola Nomes e várias outras que usaram essa tecnologia, fazem da latinha uma referência quando se fala em embalagens personalizadas. Essas tecnologias, criadas pela Ball Brasil, têm sido amplamente usadas em todos os continentes, aproximando o consumidor das marcas e agregando enorme valor a elas”, conta o supervisor.

PROCESSOS

Diferente do que acontece no mercado, a impressão na lata de alumínio para bebidas ocorre depois que a embalagem está formada, com aparência de copo, sem o “pescoço” e a tampa. É no printer que ocorre a impressão da identidade visual da embalagem e, em seguida, a lata tem a superfície externa decorada e envernizada, por um sistema em que a embalagem é colocada em contato com a blanqueta e recebe a pressão em toda a sua superfície externa, em um giro de 360º.

O processo comumente aplicado é o Dry Offset, feito com cores spot, como explica Vilas Boas, tintas pré-misturadas, denominadas cores especiais. “Para cada cor, usa-se uma placa de impressão diferente e as cores ficam em relevo para transferir a imagem para a blanqueta (superfície de borracha que já possui o rótulo perfeitamente impresso), uma a uma, encaixando e registrando as cores”, detalha o representante da Ball.

Em seguida, ainda na impressora e em alta velocidade, a lata é posicionada e encaixada para entrar em contato com o rolo de verniz e, num único giro, recebe a aplicação, que tem como objetivo proteger a impressão, dar brilho ou textura, efeito fosco, entre outros.

NOVAS TECNOLOGIAS

O avanço dos processos de pintura e impressão têm permitido a criação de efeitos especiais nas latas, como a tinta termocrômica, por exemplo, que revela mensagens assim que a bebida alcança a temperatura ideal para consumo, e tintas com efeitos especiais para consumo na praia, que revelam imagens quando a lata é exposta ao sol.

Novos vernizes, com efeitos soft touch ou táctil na lata, possibilitam acabamentos simples ou sofisticados. “A impressão com tecnologia com high definition tem crescido a cada ano e atendido às exigências de artes mais elaboradas”, aponta Vilas Boas. A marca holandesa de cervejas Heineken lançou, em 2011, a lata Touch, com acabamento em alto relevo em suas laterais, promovendo uma experiência sensorial diferenciada para o consumidor, além de facilitar a pegada na hora do manuseio.

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O projeto especial da marca tradicional de refrigerante utilizou a tecnologia de impressão Editions, da Ball Brasil

O diferencial do método de impressão HD está no processo de gravação das placas de impressão. A lineatura de retícula – número de linhas de pontos de retícula por unidade de medida, que especifica a resolução de equipamentos no processamento de imagens – se assemelha à feita na produção de revistas.

A gravação é feita à laser, o que exige o uso de maquinário específico. Marcas como de sucos e chás Green Day e Namastea, e dos energéticos Vulcano e Burn aplicam esta tecnologia em suas latas de alumínio. No ano passado, a Brasil Kirin lançou a linha de bebidas energéticas ECCO! Energy Drink, cujas latas têm impressão HD com branco UV e vermelho lumiset, que apresenta alta qualidade de luminosidade quando exposto à luz negra – garantindo o destaque da marca nos ambientes em que são mais consumidos, como casas de festa.

A Ball (à época, Rexam) também foi responsável pela tecnologia Editions™, que permite a produção de 8 a 24 diferentes artes para o mesmo rótulo, simultaneamente, em um único palete. Um exemplo da aplicação está na edição especial do Guaraná Cruzeiro, produzida em 2014, que utilizou a aplicação de verniz fosco e imagens antigas de pessoas e de algumas capitais do país, além da cidade de Leme, no interior de São Paulo, onde o refrigerante foi criado, em 1948.

“A forma de pensar o processo de produção e impressão da latinha mudou. Nosso exercício diário tem sido ficar atento e perceber as tendências e cada movimento do mercado e para onde ele está apontando e, ao mesmo tempo, conhecer à fundo nosso processo e do que ele é capaz, debruçar sobre ele, ser incansável na busca daquilo que está lá, mas ainda não conseguimos enxergar. Assim, o processo de impressão das latinhas tem se mostrado inquieto e em constante evolução”, define Vilas Boas, da Ball Brasil.

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