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Uma vida de alumínio

Aos 81 anos de idade, Harald Arnljot Øye fala com orgulho sobre sua trajetória profissional. Químico por formação e professor emérito da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, Øye dedicou a carreira à modernização da indústria do alumínio no país e trabalhou para disseminar o uso do metal em processos metalúrgicos. O professor conversou com a Revista Alumínio e falou sobre seu trabalho, a importância do alumínio para a indústria e seu famoso curso Internacional de Processo Metalúrgico do Alumínio.

VISÃO
No ano de 1981, Øye estava trabalhando como consultor para a Alcoa, quando decidiu convidar o cientista-chefe da empresa para lhe acompanhar durante três meses na cidade de Trondheim, onde residia, como um período sabático, para que pudessem se aprofundar no funcionamento da indústria do alumínio na cidade. Dessa visita surgiu uma ideia. “Ao fim desse período sugeri que ele ministrasse um curso de cinco dias sobre a produção primária de alumínio. Com apenas alguns telefonemas consegui a participação de 45 pessoas de diferentes fundições”, lembra o professor. “Eu vi claramente que havia um mercado a ser explorado ali. Então comecei o curso internacional no ano seguinte”.

O norueguês aponta a dificuldade de conseguir informações sobre os principais players do mercado na época, que ele chama de “segredos de empresas”, o que serviu de motivação para o seu trabalho. “Comecei a levantar questões específicas para que esses segredos fossem revelados, pois havia uma grande importância naquilo para nós, que queríamos disseminar um conhecimento. Os representantes não falavam sobre números. Hoje em dia isso não pode existir mais. Considero muito importante ter essa informação quantitativa, além do mix de informações práticas e científicas”, afirma.

UNIÃO
Depois de ter dedicado mais de 30 anos ao estudo e ensino, o professor ressalta a importância da parceria entre entidades do setor industrial e a Academia. “A Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia tem uma tradição de cooperação com a indústria. Nossos projetos de pesquisa recebem financiamento dividido meio a meio entre o Cônsul de Pesquisa e a própria indústria”, conta Øye, reforçando sua crença nos cursos para estudantes e profissionais que mostrem as diversas possibilidades de aplicação e processos com o alumínio. “Unindo estes dois polos, dos estudos e da prática real, podemos sempre alcançar novos resultados, trazer uma visão diferenciada que irá beneficiar diversos setores”, aposta.

FUTURO
Para o especialista, podemos ver hoje com exemplos como a China, que o alumínio já se provou o suficiente para a indústria mundial e sua aplicação tende a crescer ao passo que o metal for aceito pelos demais, que ainda não conhecem suas características em profundidade. “Eu tento promover o alumínio como uma operação de alta tecnologia”, reforça. “A dificuldade em sua união já foi há muito superada. É preciso que saibam como seu uso é tão importante em construção, por exemplo, como no transporte”, indica. Øye considera o alumínio como um dos metais de mais importância para o futuro próximo, em que se buscam mais eficiência de metais, durabilidade, sustentabilidade e modernidade.

Ele lembra também como é importante a preservação das fontes de produção de alumínio, como a energia utilizada para que os processos sejam feitos. E explica: “A Noruega é 110% hidrelétrica e esse foi o motivo principal para termos sete fundições de alumínio. Energia não é mais tão barata e sabemos quão importante é sermos líderes nas tecnologias mais requisitadas e relevantes para os anos que virão”, afirma.

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