Clássico inglês tem o motor em alumínio, além do metal leve em toda sua estrutura. A aplicação do material é parte da meta de fabricação de carros mais leves

Aposta em sustentabilidade

Nova pesquisa da consultoria Ducker WorldWide, a pedido da European Aluminium Association, prevê que a presença do alumínio nos carros irá crescer 30% até 2025 – levando em conta apenas laminados e extrudados, pois quando o assunto são as folhas de alumínio para carroceria, o aumento deve chegar a 110%. As montadoras já passam a apostar mais no metal leve, de olho nas vantagens que apresenta. Exemplo disso é a Mitsubishi, que apresentou a nova geração da picape Triton, agora com o motor em alumínio. De acordo com a Mitsubishi Motors Malasya, que introduziu a novidade, o novo motor oferece 15% de economia de combustível.

Após uma espera de mais de dez anos, a Honda apresenta o novo NSX, que estará disponível para venda no mercado a partir de fevereiro do próximo ano. O veículo multi-material recebeu uma aplicação intensiva de alumínio em seu space frame, além de fibra de carbono nos painéis do piso e aço em outras partes. Com o mix de materiais, a Honda conseguiu deixar o automóvel com o peso de apenas 1,780 kg. Na época do desenvolvimento do primeiro modelo NSX, o piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, esteve diretamente envolvido no processo, mas há poucas chances da nova geração chegar ao Brasil, devido seu alto custo.

Dados da pesquisa feita pela Ducker WorldWide apontam que usar 200 kg de alumínio em um carro pode reduzir emissões de CO2 até 16 g por quilômetro rodado. Em 2014, a média foi de 123 g/km, mas com o aumento no uso de alumínio este número pode ajudar União Europeia atingir seu objetivo de 95 g/km até 2021.

Embora a questão das emissões esteja em pauta no momento, há montadoras que já consideravam o alumínio como um material essencial há algumas décadas. É o caso da Ferrari e seu clássico modelo F360 Modena, lançado em 1999. O veículo tem toda estrutura em alumínio, para garantir uma melhora em leveza e resistência em comparação aos lançamentos anteriores da marca. O modelo foi o primeiro da Ferrari a receber aplicação do material no chassi monocoque, desenvolvido em conjunto com a Alcoa, carroceria, nos triângulos da suspensão – além de diversas ligas de alumínio no motor. O chassi foi construído a partir de diversas extrusões de alumínio, fundidas através de doze juntas de alumínio. Isto deu 40% a mais de rigidez ao veículo e uma economia de 28 kg em comparação a seu antecessor, o F355, mesmo sendo 10% maior.

Outro clássico das estradas, o Aston Martin, muitas vezes dirigido por James Bond nos filmes de 007, também ganhou uma nova versão que incorpora o alumínio em todo o seu corpo. A tampa do capô foi especialmente difícil de desenvolver pois a marca lutou para conseguir rolos de alumínio com o tamanho certo para ele. De acordo com a marca, em seu site, este detalhe quase impediu a aplicação do alumínio no veículo.

Assim como o Mitsubishi, o Aston tem um motor de alumínio, com 600 cavalos de potência, desenvolvido na Alemanha pela Ford, com capacidade para 5,2 litros e que atinge até 99.8 km/h em apenas 3.9 segundos. As mudanças da marca inglesa têm como objetivo o desenvolvimento de veículos mais leves, por isso o investimento em alumínio.

Além de desenvolver o motor para o Aston, a Ford, entusiasta do uso do material, anunciou recentemente que o modelo 2018 do Ford Expedition terá painéis em alumínio que ajudarão a diminuir o peso do veículo e garantirão maior eficiência na economia de combustível. É esperado que o Expedition ganhe o motor Ecoboost de 2,7 litros encontrado no F-150.

Outra marca entusiasta pelo uso do material é a Jaguar Land Rover que, em 2017, apresentará seu Sedan XE feito com alumínio, garantindo a dirigibilidade do veículo mesmo com sua leveza. Além do Jaguar, o novo Peugeot 3008, apresentado no Paris Motor Show, teve material fornecido pela Constellium: alumínio para garantir maior segurança ao veículo na ocasião de impactos, assim como bobinas e chapas para os painéis internos e externos do capô e os pára-lamas.

As mudanças no setor automotivo vão acontecendo gradualmente e espera-se que o mercado mundial siga as principais tendências de leveza e economia de combustível que pautam as questões de sustentabilidade.

A preocupação com emissão de gases CO2 na atmosfera é um tema que permeia a sociedade contemporânea. Pessoas e empresas procuram preservar o meio ambiente e a indústria tem se deparado com novos padrões de trabalho para diminuir a emissão. O mesmo vale para o setor automotivo, que pode encontrar em veículos mais leves e também elétricos a solução para esta questão. Neste aspecto, o alumínio entra em cena como um aliado que mostra eficiência: além de ser reciclável, é um metal mais leve e resistente, o que resulta em carros com menor consumo de combustível e, consequentemente, prejudicam menos o meio ambiente.

No Brasil, pouco a pouco as montadoras abrem espaço para as aplicações em alumínio. Como é o caso da Volkswagen, com o lançamento do Golf Comfortline, com o motor TSI, que conta com o bloco de alumínio, Total Flex de 125 cv. Fabricado em São José dos Pinhais (PR), o modelo é o primeiro hatchback médio a oferecer o que há de mais moderno em tecnologia para motores, combinando eficiência energética e elevada robustez, com alto desempenho. O TSI Total Flex, que equipa o veículo, é o primeiro motor com injeção direta, turbocompressor e flexível em combustível produzido no Brasil.

Assim como a busca pela eficiência, investimentos em processos de união e novas ligas mais resistentes são sinais de avanço para o setor automotivo. Para que, no futuro, o alumínio seja o melhor aliado dos automóveis e dos consumidores.

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